A Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana dá um passo significativo ao se integrar ao Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Como primeira ação dentro dessa parceria, a instituição implementa o projeto “Saúde em Nossas Mãos”, com supervisão do Hospital Israelita Albert Einstein.
Focado na redução das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o projeto tem como objetivo proporcionar um atendimento mais seguro e eficaz, garantindo melhores resultados para os pacientes. Com essa iniciativa, a Santa Casa reafirma seu compromisso com a melhoria contínua da qualidade do atendimento, trazendo benefícios concretos à saúde da população de Feira de Santana e região.
A iniciativa conta com a colaboração de hospitais de reconhecida excelência em saúde, como o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital do Coração (Hcor), Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinho de Ventos e Hospital Sírio-Libanês. Desde o seu lançamento, o projeto já mobilizou 304 UTIs em diversas regiões do Brasil, impactando diretamente a qualidade do atendimento e a segurança dos pacientes.
A estratégia envolve a implementação contínua de pacotes de prevenção, que são conjuntos de práticas e procedimentos voltados ao combate precoce de infecções. Estes pacotes são acompanhados pelo comprometimento das equipes assistenciais, lideranças hospitalares e uma reorganização dos processos de trabalho e gestão. O objetivo é alcançar resultados concretos e mensuráveis, com foco na segurança do paciente e na qualidade do atendimento.
Para os primeiros passos do projeto, a Santa Casa está adotando o Quadro Kamishibai, uma ferramenta de gestão à vista que visa promover melhorias contínuas no cuidado aos pacientes, com foco na redução de infecções hospitalares. De acordo com Ana Caroline Ribeiro, enfermeira e coordenadora da implementação, serão realizadas auditorias frequentes em processos críticos, como a infecção de corrente sanguínea, infecção do trato urinário e pneumonia associada à ventilação mecânica. “O Kamishibai é um quadro de gestão à vista, onde, através dele, é feita uma auditoria, realizada com uma certa frequência, que abrange alguns processos que a gente deseja analisar”, explicou Ana Caroline.
Além de adotar medidas práticas para a redução das infecções, o projeto também inclui uma análise dos custos relacionados ao cuidado de pacientes com infecções em UTIs. A metodologia de Ciência da Melhoria não apenas visa melhorar os resultados clínicos, mas também identifica as possíveis economias que podem ser geradas ao adotar práticas consolidadas de prevenção. Com isso, a iniciativa promove não apenas a segurança do paciente, mas também contribui para a sustentabilidade econômica do sistema de saúde brasileiro.
Dentro da Santa Casa, a ferramenta será aplicada principalmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com foco na UTI 2, que atende exclusivamente pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Os próximos passos para a implementação do quadro Kamishibai são avaliar a nossa performance enquanto profissionais de equipe multiprofissional dentro da UTI, prioritariamente a UTI 2”, detalhou a enfermeira Ana Caroline. A avaliação começará com uma amostra reduzida e aleatória de pacientes para analisar como está funcionando o manejo das prevenções no ambiente hospitalar.
Ao integrar métodos de qualidade com uma abordagem adaptada à realidade local de cada unidade hospitalar, o projeto “Saúde em Nossas Mãos” estreita a lacuna entre o conhecimento científico e a assistência prática, criando processos mais eficazes e seguros que se tornam parte da rotina das UTIs. Esta integração visa garantir que as melhores práticas de cuidado cheguem a todos os cantos do Brasil, beneficiando diretamente os pacientes e o sistema de saúde como um todo.
O principal objetivo da Santa Casa é reduzir, no mínimo, 50% das infecções hospitalares durante o período de 33 meses de duração do projeto. “O resultado vai de acordo com o próprio propósito do Ministério da Saúde, que é reduzir em 50% o número dessas infecções, no mínimo em 33 meses, que é quanto dura o projeto”, afirmou Ana Caroline.
Com a continuidade do projeto e o crescente engajamento de mais unidades de saúde, o Brasil avança em direção a um sistema de saúde mais seguro, eficiente e sustentável, reforçando a importância da qualidade no cuidado intensivo e da redução de infecções nos ambientes críticos de saúde.
Em suma, a implementação do programa “Saúde em Nossas Mãos” representa um passo crucial para a Santa Casa no processo de melhoria contínua dos cuidados com os pacientes, alinhando práticas de gestão eficazes com o objetivo de garantir mais segurança e excelência no atendimento.